segunda-feira, 11 de maio de 2020

BREVE HISTÓRICO DA HOTELARIA DE CANINDÉ

       A hotelaria de Canindé surgiu, segundo Lima (2012), com o acesso à Serra do Baturité em 1910 e as vilas próximas da Freguesia de São Francisco das Chagas (atual Canindé). A abertura de um lado ao outro do rio, onde situava a casa do Sr. Custódio e das demais famílias que foram habitando as regiões, perto da Capela de São Francisco, e em 1912, foi transformada em uma pequena vila da família Custódio, onde havia um casarão, que segundo dona Terezinha Custódio, foi o velho casarão, (Figura 3) onde havia abrigado os jagunços e cangaceiros vindos de Juazeiro do Norte, durante nas fugas de Lampião. 
      Segundo Santana (2009) juntamente com Virgulino Ferreira da Silva vulgo Lampião, havia um bando de 39 cangaceiros e que chegando à Juazeiro do Norte no Ceará em 06 de março de 1926, ficaram hospedados em alguns locais da cidade. Padre Cícero, logo que soube que Lampião estava por Juazeiro, quis ter uma conversa, para assim aconselhá-lo a se afastar do cangaço. Lampião após conseguir uma “patente de capitão”, não concedida por Pe. Cícero, mas sim pelo o Dr. Pedro Albuquerque, único funcionário federal que havia em Juazeiro, partiu dali com seu bando em 09 de março do mesmo ano pelo sertão do Ceará.


Figura 3 – Faixada da Pesão do Senhor Custódio (Hoje Hotel San Francisco)
Fonte: Blog História Canindeense, 2016.

       Além disso, as romarias tornaram-se tradição, impulsionaram a comunidade ao crescimento e desenvolvimento das atividades hoteleiras. Há relatos que o primeiro hotel em Canindé tenha sido o Hotel Globo que pertencia à M. Correias & Cia, inaugurado no mês de Julho de 1925 (Figura 4). 

Figura 4 – Anúncio de Inauguração do Hotel Globo no Jornal A imprensa Ano I Edição 49 3ª folha do dia 9 de Setembro de 1925.
Fonte: Biblioteca Nacional Digital Brasil, 2016

       João Neco Barreto adquiriu o hotel e substituiu o nome para Pensão Neco até o ano de 1973, quando faleceu. Assim, assumiu o hotel o senhor José Lobo que reformou o sobrado antigo onde funcionava a Pensão Neco (Figura 5) e modificou para Hotel Tio João em homenagem ao seu tio.


Figura 5 – Faixada da Pensão Neco 
Fonte: Blog Memória de Canindé, 2016 

       Novamente o prédio passa por reformas e um novo nome é dado pelos atuais proprietários o Sr. Glauber Monteiro e Sra. Daniela Monteiro. No ano de 2007 é inaugurado com o nome de Aquarela Palace Hotel (Figura 6).


Figura 6 – Aquarela Palace Hotel
Fonte: Pesquisadora, 2016.

Os empreendimentos hoteleiros de Canindé devem ser avaliados nas diferentes estruturas que o especificam, são negócios de características particulares e seus serviços basearem-se em poucas formações físicas e humanas. De acordo com Teixeira (2011), o desempenho de pequenos negócios é afetado tanto pelo tempo dos recursos financeiros quanto humanos, podendo executar com linha de rentabilidade limitada. Esses fatores são mencionados por Welsh e White (1981) tal como são indispensáveis na classificação entre os negócios de pequeno e os de grande porte.

quarta-feira, 11 de março de 2020

A GESTÃO DOS HOTÉIS EM CANINDÉ CEARÁ

          Para Montejano (2001) existem dois tipos de hospedagens turísticas: aquelas que são submetidas às normas e a classificação realizada pela EMBRATUR e o SBCLASS, e as extras-hoteleiras que são oferecidas diversos tipos de hospedagens, tendo como principais as casas de residências alugadas, os campings, colônia de férias, albergues da juventude, chalés, pensões, pensionatos, acampamentos de férias, bed & breakfast e alojamentos de turismo rural que diferentemente dos hotéis, oferecem uma ordem legal diferenciada como: infraestrutura, preço e serviços. 
          Em Canindé predominam os empreendimentos extra hoteleiros como casas de residência alugadas, quartos alugados e pensões e empreendimentos hoteleiros tais como hotéis e pousadas. Dentre estudos publicados sobre a gestão de empreendimentos turísticos hoteleiros, nota-se que a maioria dos trabalhos acadêmicos na área é voltada para a gerência dos pequenos empreendimentos do setor. De acordo com Gorini e Mendes (2015) a maior parte de oferta de meio de hospedagem no mundo tem como responsáveis tradicionalmente às pensões e hospedarias.
          Os proprietários são agentes importantes e responsáveis dos bens imóveis, conhecidos como negociantes como meio de hospedagem, organização de operadoras, os dirigentes pela direção e gerenciamento da empresa. Pequenos negócios hoteleiros prestam diversos tipos de serviços como as sete formas que Lashley (2011) listou, sendo elas: 1) negócio vinculado a uma marca, 2) negócio com foco no cliente, 3) negócio padronizado, 4) foco na qualidade, 5) negócio gerenciado por sistemas operacionais, 6) negócios orientados para vendas, 7) negócio comercializado em massa.  
          Segundo Castelli (2003, p. 56) uma empresa hoteleira é “uma organização que perante o pagamento de diárias, oferta a estalagem à clientela indeterminada”. Para a EMBRATUR:  
                                        Considera-se empresa hoteleira a pessoa jurídica, constituída na forma de sociedade anônima ou sociedade por quotas de responsabilidades limitadas, que explore ou administre meios de hospedagem e que tenha em seus objetivos sociais de atividade hoteleira. (ARTIGO 4º do DECRETO nº 84.910, de 15 de Julho de 1980).
                  Entende-se por meio de hospedagem o empreendimento que o contentamento seja integrado as exigências a seguir: seja licenciado pelas autoridades responsáveis pelas obrigações do sistema de serviço de hospedagem; seja gerenciado e revelado negocialmente através de instituição hoteleira, tendo um adotando relacionamento com os hóspedes e uma contratação. Existe um ordenamento que o Regulamento Geral dos Meios de Hospedagem dispõe as empresas hoteleiras a ofertar aos hóspedes no mínimo: 1) Alojamento, para uso temporário do hóspede, em Unidade Habitacionais (UH) específicas a essa finalidade; 2) serviços mínimos necessários aos hóspedes, consistentes em: a) Portaria/recepção para atendimento e controle permanente de entrada e saída; b) Guarda de bagagens e objetos de uso pessoal dos hóspedes, em local apropriado; c) Conservação, manutenção, arrumação e limpeza das áreas, instalações e equipamentos. E 3) padrões comuns estabelecidos no Art. 07: I) Quanto à postura legais e II) quanto a aspectos construtivos.
          Canindé é uma cidade que contém diversos alojamentos informais. Devese ao fato de no início com a devoção a São Francisco, bem como as primeiras missões franciscanas pelo o sertão e a propagação dos milagres ocorridos durante a construção da capela que iniciou durante o ano de 1775, houve a necessidade de Canindé ter alojamento, casas para aluguéis, pensões, pousadas e hotéis onde pudesse acolher as romarias vindas de tão longe.
          A maioria dos alojamentos não possuem gestores qualificados, tem unidades habitacionais com o mínimo ou mesmo ausência de conforto, e por vezes nem mesmo são oferecidos quartos, suítes ou apartamentos para os hóspedes, ficando o alojamento em salas e cozinhas na época de maior movimento, ou seja, nas festas. Os gestores não possuem departamento de hospedagem, ficando a cargo do proprietário o acúmulo de funções. Sobre os hotéis e pousadas, a maioria oferecem suítes12 sem muita higiene e segurança de quem trabalha, como afirma Tachizawa (2001, p. 229): “a higiene e segurança no trabalho visam basicamente garantir condições adequadas à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores, tanto no que se refere à observância dos preceitos legais quanto à aplicação dos novos conceitos de gestão ambiental e gerenciamento ecológico”.
          Os colaboradores dos hotéis e pousadas precisam de capacitação e treinamento, sendo de fundamental importância para a boa operacionalização, como afirma Chiavenato (1995, p. 416) o “treinamento é o processo educacional de curto prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos”. 
          Nestes empreendimentos, o controle de custos em alguns casos é feito com um profissional de contabilidade, ou mesmo de forma bem rudimentar pelo próprio proprietário que não possui muito conhecimento sobre assunto. O controle hoteleiro compreende uma integração entre os demais subsistemas, a medida que procura verificar através das informações geradas a organização e tomada de decisões e planejamento estratégico de suas políticas. Ademais, o controle do banco de dados da empresa e do movimento de entrada e saída de hospedes é fundamental, além da auditoria que deve ocorrer não em uma forma punitiva, mas como uma forma de padronização e acompanhamento das atividades do lugar.
          Conforme Teixeira (2011), o que impede o crescimento e o bom desempenho de pequenos negócios são os obstáculos que dependem, tanto da natureza, como das características do setor de atividade econômica. De acordo os autores Kuratko e Hodgetts (1998), Boer (1999), Cameron e Massey (1999) apud Teixeira (2011) a ausência de capital e a incapacidade gerencial são os aspectos detectados que em maior parte e inspiram negativamente nas atividades das pequenas empresas. Por esse posicionamento ser bastante simplista, percebe-se que, Canindé apresenta dificuldades quanto aos elementos internos e externos, objetivos e subjetivos, devendo relacionar esses fatores a construção histórica do lugar, aliada a falta de capacitação e gestão dos empreendimentos hoteleiros e alojamentos da região.